Há quem diga que a indústria da música não está em busca de salvação. Entretanto, o fato é que nos anos que seguiram a década de 90’, a indústria da música viu crescer, consideravelmente, a “sombra” da pirataria de obras musicais, que com a propulsão dos meios de comunicação em massa e o advento da internet, encontrou meios facilitados de se propagar na rede mundial de computadores.
As razões para o crescimento das cópias de obras musicais ilícitas são as mais variadas, conquanto, podemos afirmar, com certa segurança, que uma das principais causas é a própria omissão da indústria da música, que demorou cerca de uma década para perceber que os hábitos dos seus consumidores haviam mudado.
Assim, importante lembrar que a primeira loja virtual de música digital, o iTunes, da Apple, seria inaugurado, apenas, em 2003. Com o advento do iTunes, pela primeira vez na história as pessoas poderiam adquirir, de forma lícita, suas músicas favoritas, sem a necessidade de adquirir todo o álbum daquele artista. De fato, com o surgimento deste aplicativo as pessoas passaram a ter a opção de adquirir músicas digitais licenciadas, com a mesma liberdade de quem acessaria quaisquer das ferramentas de downloads ilegais.
Todavia, ao que tudo indica a indústria da música, ainda, não havia atingido a real necessidade das pessoas com a disponibilização das lojas virtuais de música. Prova disto, é que segundo informações publicadas no sítio eletrônico da Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI), no dia 26 de fevereiro de 2013, a indústria mundial fonográfica teria obtido, em 2012, o primeiro ano de crescimento em vendas digitais, desde 1999. De acordo com dados publicados nessa pesquisa, ao longo de uma década, a indústria da música obteve aumento de 0,3% em suas vendas, que representa uma receita global de US$16.5 bilhões para o setor.
Em que pese os dados pareçam, em certa medida, inexpressivo, inegável é que as lojas virtuais, tal como o iTunes, representam o início de uma revolução para a indústria de música, que começou a ocupar o espaço em que a pirataria reinava absoluta. Recentemente, a nova aposta da indústria da música para ocupar, de vez, seu espaço no hábito dos seus consumidores, tem sido a tecnologia Streaming.
De forma simples, pode-se dizer que o streaming representa uma forma de transferência de dados que permite escutar música diretamente da internet, sem a necessidade de baixá-la. Os planos de assinatura costumam envolver valores mensais acessíveis, e permite que a música seja escutada em cachê, em vez de baixar o arquivo, adquirindo-o em uma loja virtual. No Brasil, esse mercado ainda é incipiente, entretanto, em termos globais, espera-se arrecadar cerca de US$65 milhões em royalties de serviços de streaming em 2013.
Assim, no ano em que a gigante Google entra neste mercado bilionário, lançando o seu Google Play, em maio de 2013, resta aguardar para ver se esta tecnologia – que tantos vêm apostando – será, realmente, o futuro, ao menos no que tange a indústria da música e a pirataria.
Por Maurício Brum Esteves*