quarta-feira, 31 de agosto de 2011

VOCAÇÃO PARA POLÍTICO (PARTE 1)


O POLÍTICO PROFISSIONAL


Chegando à PUCRS, hoje pela manhã, avistei a placa que indicava a porta de entrada do Centro Acadêmico. Aproximei-me, abri-a, e no momento em que meus olhos avistaram aquela mesa de sinuca, que se faz presente em todos os Centros Acadêmicos das Universidades, indaguei:  qual será o momento, na vida de um cidadão, em que ele toma a decisão de se tornar, profissionalmente, um Político? 

Usei o termo profissionalmente, haja vista que, flagrantemente, nossos políticos não são mais homens do povo. Muito menos representantes deste povo. Hodiernamente, nossos políticos são institucionalizados. São políticos profissionais.

Em que pese vivermos em uma Democracia Representativa, a sensação de não sermos representados, como cidadãos brasileiros, é quase que unânime. Tanto é verdade que usamos o pronome pessoal na terceira pessoa: ele, eles, "o governo", "os políticos". Evidentemente algo muito distante do que imagino dever ser: "nosso governo", "nossos políticos", "nossos representantes".

Nossos políticos são institucionalizados em politicagem. Sua profissão é politicagem. Não estão lá por serem representantes do povo. Eles são diferentes...

A  questão que me inquieta é: qual o momento, na vida desta pessoa, em que ele decide  tornar-se um político?

Tudo começa com uma mesa de sinuca...

Em breve: Vocação para Político (Parte 2) - A Mesa de Sinuca

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Vlog do Fernando, fantástico!


Do Altar ao Facebook

Fonte da Foto*
Do dia que conhecemos uma pessoa afetivamente maravilhosa, até se assumir um compromisso com esta pessoa, envolve uma gama de decisões "de peso". Pois bem, ontem foi tomada uma decisão importantíssima. Um passo fundamental para qualquer relacionamento que se diz digno da alcunha "sério": atualizei meu estado civil no Facebook!

Para todos aqueles que pensam tratar-se de um ato simples, e um tanto quanto simplório, ledo engano!! Em um mundo absolutamente globalizado e digital, a publicidade de um relacionamento não se dá mais em Cartórios ou Igrejas, mas na Rede Virtual! Se atualmente somos absolutamente dependentes dos computadores e na internet para viver, com os relacionamentos não seria diferente! Assumir um relacionamento sério, hoje em dia, envolve atualizar seus estado civil no "Face" e esperar os "curtir".

Realmente, pensando bem... hodiernamente os Casamentos em Igreja não passam de uma grande festa!

Do mesmo modo, o Casamento em Cartório não passa de um Contrato!!

Quem confere publicidade aos relacionamentos não é mais o altar, é o Facebook. Juro que, enquanto realizado o ato de mudar meu status, pude ouvir algo como: "pelos bits a mim conferido pelo web design, eu os declaro em um relacionamento sério. Amém"!

Claro que estou brincando! Sou um ferrenho defensor do casamento, tanto civil como religioso ou qualquer relacionamento duradouro! Mas uma coisa é fato: cada vez mais os relacionamentos são virtuais! Do Altar ao Facebook, vai-se perdendo a sensibilidade de gozar os prazeres de uma natureza que pouco se identifica com a frieza da Internet!


*Fonte da Foto: http://www.zankyou.com/pt/magazine/p/um-pedido-de-casamento-original-via-facebook

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Judiciário em colapso: recursos crucificados e decisões judiciais esdrúxulas impunes.


Está em voga apontar os recursos processuais como os "culpados" pela crise de morosidade e ineficiência que vem assolando o Poder Judiciário, na mesma medida em que os Advogados vem sendo, hostilmente, condenados por interpor "recursos demais", ocasionando o colapso de um Poder Judiciário que não suportaria mais tantos impulsos processuais. Motivado, então, pela manifestação do Procurador-Geral de Justiça, Eduardo de Lima Veiga, no editorial do jornal Zero Hora, na data de 09 de agosto de 2011, sob o título "Recursos e recursos...", resolvi emitir minha opinião a respeito do assunto, repudiando a infeliz e precipitada solução imediatista, apoiada pelo DD. Procurador-Geral, apontada como solução para os problemas do Judiciário: diminuir o número de instancias recursais e reduzir o número de recursos que vêm sendo impetrados, coibindo os procuradores das partes de "litigar tanto".

Cumpre lembrar, entretanto, que não se trata de um problema novo. Muito pelo contrário. Na recente história que marca os colapsos do Poder Judiciário, ainda nos idos do ano de 2005, o Processo de Execução fora "condenado" como vilão pela ineficiência do judiciário. Sofreu reforma total em sua estrutura, com o objetivo de solucionar o problema, que apenas se agravou! Atualmente, o vilão da vez são os Recursos. Contanto, na eminência de ser reformado, tanto pela PEC 15/2011, quanto pelo novo Código de Processo Civil, questiona-se: existe um único vilão? Serão exclusivamente os recursos os culpados pelo ineficiência de um Estado sucateado? Acredito tratar-se de uma solução imediatista.

O que esta corrente, em sua maioria formada por servidores públicos, não comenta, é que o próprio Estado é o maior litigante. Na mesma medida em que as Varas da Fazenda Pública, criadas para julgar os litígios envolvendo os entes federativos, multiplicam-se em velocidade assustadora, este mesmo Estado relega ao limbo jurídico dos Juizados Especiais, composto por leigos, o julgamento das causas, fora do horário forense, envolvendo o interesse da maioria dos cidadão brasileiros, tachadas de menor valor.

O que esta corrente também não comenta é a absoluta morosidade dos cartórios, ainda em primeiro grau de jurisdição, livres dos terríveis e atrozes recursos que chegam a demorar de 3 a 6 meses para publicar uma simples Nota de Expediente. O recebimento de um petição inicial pode demorar até 1 ano. Quando o assunto é sentença, é melhor esquecer, pode demorar até 5 anos conclusos no Gabinete do Juiz. Grife-se, que se trata de primeiro grau de jurisdição, sem recursos!

Será que ninguém pensou em culpar a má administração dos cartórios como os culpados pela morosidade? Claro que não! Quanto menos trabalho melhor! De preferencia que não se ajuíze ação alguma. Cidadãos "especiais" para os Juizados Especiais e as grandes Empresas para a Arbitragem. O brasileiro litiga demais!

Será que se adoece demais também, por isso os Hospitais estão lotados? Estranho...acrediatava que os Hospitais eram mal administrados. A culpa pela lotação dos hospitais são os doente e a culpa pela lotação do poder judiciário são os cidadãos. Acho que vamos ter que nos socorrer em curandeiras e druidas, para cuidar da saúde, e autotutela para manter a paz social.