sexta-feira, 17 de junho de 2011

DCE da PUCRS: versão atualizada das ditaduras européias do século XX? (Por Fabricio Maia)


O "Estado Paralelo" surgiu após um curtíssimo flerte com o Movimento Estudantil da PUCRS, que pouca ou nenhuma contribuição poderia proporcionar para solucionar a lamentável situação que se apresentava, ainda em manutenção, no DCE. Isso se dá em razão de um simples motivo, qualquer movimento de esquerda subsisti à margem da Direita e a espelho desta. Esquerda e Direita são gêmeos modernos. Para proporcionar mudanças sérias no sistema seria precisa correr à margem desta sujeira institucionalizada e partidarizada! Assim, o "Estado Paralelo" seria, primeiramente, uma denúncia e uma opção à todos aqueles cansados de ouvir as mesmas conversas de sempre, cujo único interesse seria o de criar uma ambiente sustentável onde estudantes pudessem compartilhar uma convivência universitária saudável! Assim, em um segundo momento, surgiria a ONG, com ânimo de ser uma organização com força e poder capaz de defender os interesses da coletividade dos estudantes! As ideias eram muitas, mas nunca sairam, realmente, do mundo das ideias. Uma pena!!




DCE da PUCRS: versão atualizada das ditaduras européias do século XX?



Talvez seja uma péssima comparação, afinal, as ditaduras da Europa ainda defendiam ideologias e interesses coletivos, ainda que totalmente repugnantes, principalmente no tocante à Alemanha nazista. Enfim, o DCE da PUCRS não representa nada. Não tem projeto, não defende os interesses da coletividade estudantil e tampouco consegue promover as mudanças necessárias e urgentes (como o valor absurdo das mensalidades). Ah, para não ser injusto, criaram um movimento para reclamar do preço do estacionamento, como se todos os alunos da universidade tivessem carros. Parece piada, mas isso realmente aconteceu.

Durante o período que fui aluno da PUCRS, jamais pude votar para escolher o Presidente do DCE e muito menos no  presidente do Centro Acadêmico que me representava (CAMC). Para explicar melhor, votar era possível mas nunca em movimentos estudantis opostos aos interesses da situação. Chegou ao ponto da própria situação criar um movimento de oposição para demonstrar a "lisura" do pleito! Absurdo. Lembro muito bem, em 2008, quando procurei entender melhor o que acontecia nas eleições do DCE da PUCRS. Eu e outro amigo de caminhada, Maurício Brum Esteves, alunos da faculdade de Direito da PUCRS tentamos organizar ao que alcunhamos de "Estado Paralelo". Foi a forma alternativa que encontramos para buscar representar os interesses dos alunos, já que o DCE impunha seus métodos ditatoriais impedindo qualquer movimento de oposição a participar das eleições. A ideia era boa. Criariamos uma ONG e assim tentaríamos promover eventos, seminários, integração dos alunos do PROUNI (já que tanto eu quanto Maurício presenciamos cenas lamentáveis de preconceito com os alunos bolsistas dentro da Faculdade de Direito) e tantas outras coisas importantes para os alunos da Universidade. Em resumo, as ideias ficaram realmente no mundo das ideias, não tivemos apoio de quem imaginamos ter e não levamos o projeto adiante. Motivo? Simples. Politicagem.

Hoje vemos uma confusão total no PUCRS. Arbitrariedades e violência por parte da situação e a oposição tentando, de qualquer forma, garantir sua voz. Acho importantíssimo existir movimentos que realmente se opõe àquela inércia do DCE, mas não creio que realmente a mudança seja efetivamente por essa via. Tem de haver mais inteligência e não aquela briga de crianças como foi no Conversas Cruzadas da TVCOM na terça feira. Pela primeira vez a luta pela efetiva democracia na PUCRS foi levada à mídia. E o que foi feito? Nada. Pareciam crianças brigando por um brinquedo. A imaturidade foi tão grande, que o mediador do programa ameaçou retirar tempo dos debatedores caso não houvesse respeito a fala do outro. Confesso que nunca vi isso num Conversas Cruzadas.

Encerrando o assunto, queria dizer que enquanto houver esse partidarização excessiva pelas lutas dos Diretórios Centrais dos Estudantes, eu não vejo forma de modificar o quadro. Claro que cada grupo defende um ponto de vista e realmente acredito que existem grandes diferenças entre eles, não seria ingênuo de não observar isso. O que realmente me decepciona é observar que ambos tem a pretensão de utilizar o Diretório como um campo centralizador de ideias absurdamente ligadas a interesses partidários. Não há forma de modificar o pensamento se a ideia, ainda que oposta, ostente o mesmo objetivo final. Sabemos que os Diretórios Centrais dos Estudantes são uma plataforma de lançamento de políticos, mas a pergunta que fica é: será que os estudantes são realmente representados? Não creio que sejam. Acredito que os estudantes são apenas um meio para que os interesses partidários sejam levados a frente.

Como disse o Mestre Eckhardt: "só a mão que apaga pode escrever a coisa certa", mas pelo que se vê, nenhum dos dois grupos quer apagar alguma coisa...

Fabricio Maia

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